domingo, 25 de setembro de 2011

Rei D. Manuel II

(15 de novembro de 18892 de julho de 1932), de seu nome completo Manuel Maria Filipe Carlos Amélio Luís Miguel Rafael Gonzaga Xavier Francisco de Assis Eugénio de Bragança, foi o trigésimo-sexto Rei de Portugal. D. Manuel II sucedeu ao seu pai, o rei D. Carlos I, depois do assassinato brutal deste e do seu irmão mais velho, o Príncipe Real D. Luís Filipe, a 1 de fevereiro de 1908. Antes da sua ascensão ao trono, D. Manuel foi duque de Beja e Infante de Portugal.

Infância e educação

D.Manuel II nasceu no Palácio de Belém, em Lisboa, cerca de dois meses depois da subida de seu pai ao trono de Portugal. Batizado alguns dias depois, no mesmo Paço de Belém, teve por padrinho o imperador do Brasil, D. Pedro II, deposto do seu trono exatamente no mesmo dia do seu nascimento. D. Manuel recebeu à nascença os títulos reais de Infante de Portugal e de Duque de Beja. Teve o tratamento e a educação tradicionais dos filhos dos monarcas da sua época, embora sem preocupações políticas, dado ser o filho segundo do rei e, como tal, não esperar um dia vir a ser rei. Estudou línguas, história e música (tendo como professor Alexandre Rey Colaço). Viajou com a mãe e o irmão ao Egito, no iate real Amélia, aprofundando assim os seus conhecimentos das civilizações antigas. Em 1907 iniciou os seus estudos de preparação para ingresso na Escola Naval, preparando-se para seguir carreira na marinha.

Reinado

A sua futura carreira naval foi inesperadamente interrompida em 1 de fevereiro de 1908, com o Regicídio de 1908. O infante havia regressado a Lisboa (depois de ter estado alguns dias em Vila Viçosa, com toda a família) para se preparar para os exames da escola naval, tendo ido esperar os pais e o irmão ao Terreiro do Paço. Minutos depois deu-se o cruel atentado que vitimou o Rei e o Príncipe Real, sendo D. Manuel atingido no braço (ainda não se sabe se o alvo do atentado era o Rei D. Carlos, ou se seria o chefe do Governo de então, João Franco, que, após demitir o Parlamento devido aos contínuos distúrbios que os repúblicanos causavam e marcar novas eleições, ficou com a fama de ditador, que ainda hoje perdura). Tornou-se assim Rei de Portugal. A sua primeira decisão consistiu em reunir o Conselho de Estado, demitindo em seguida o Primeiro-Ministro João Franco. Nomeou então um governo de acalmação, presidido pelo Almirante Francisco Ferreira do Amaral. Foi solenemente aclamado Rei na Assembleia de Cortes em 6 de maio de 1908, perante os deputados da Nação, jurando cumprir a Carta Constitucional. O Rei auferiu, no início, de uma certa simpatia generalizada devido à sua tenra idade (18 anos) e à forma trágica e sangrenta como alcançou o trono. Foi então fortemente protegido pela sua mãe, a Rainha D. Amélia, tendo procurado o apoio do experiente José Luciano de Castro. Durante o seu reinado visitou várias localidades do norte do país e visitou oficialmente a Espanha, a França e a Inglaterra, onde foi nomeado cavaleiro da prestigiada Ordem da Jarreteira, em novembro de 1909. Recebeu as visitas de Afonso XIII, Rei de Espanha, em 1909 e de Hermes da Fonseca, Presidente eleito do Brasil, em 1910. Entretanto a situação política degradou-se progressivamente, tendo-se sucedido sete governos em cerca de 24 meses. As eleições legislativas de 28 de agosto de 1910 fizeram aumentar substancialmente os deputados republicanos no parlamento, o que motivou bastante a causa revolucionária. Na verdade, a 4 de outubro de 1910, começou uma revolução e no dia seguinte, 5 de outubro deu-se a Implantação da República em Portugal. O Palácio das Necessidades, sua residência oficial, foi bombardeado, pelo que o monarca foi aconselhado a dirigir-se para o Palácio Nacional de Mafra, onde se lhe viriam a juntar a mãe, a Rainha D. Amélia de Orleães e a avó, a Rainha-mãe D. Maria Pia de Sabóia. No dia seguinte, consumada a vitória republicana em Lisboa e a adesão do resto do país ao novo regime, D. Manuel II decidiu-se pelo exílio, embarcando na Ericeira no iate real Amélia. O rei ainda tencionou seguir para o Porto, mas os oficiais a bordo demoveram-no dessa intenção. Desembarcou em Gibraltar, de onde seguiu para o Reino Unido, onde foi recebido pelo rei Jorge V.

Exílio

Fixou residência em Fulwell Park, Twickenham, nos arredores de Londres, local para onde seguiram os seus bens particulares. Aí procurou recriar um ambiente português, à medida que fracassavam as tentativas de restauração monárquica (em 1911, 1912 e 1919).
Em 4 de setembro de 1913 D. Manuel casou com D. Augusta Vitória, princesa de Hohenzollern-Sigmaringen (1890-1966), que era ainda sua prima (por ser neta da Infanta D. Antónia de Bragança), mas não teve descendência. D. Manuel dedicou-se então aos estudos e escreveu um tratado sobre literatura medieval e renascentista em Portugal. Continuou a seguir de perto a política portuguesa, gozando de alguma influência junto de alguns círculos políticos. Admirador do espírito britânico, foi ele um dos que defendeu a entrada de Portugal na Primeira Guerra Mundial, participando activamente na Cruz Vermelha Britânica. Uma prova de reconhecimento dos ingleses para D. Manuel e para com Portugal foi o facto de Jorge V o ter convidado a ocupar um lugar a seu lado na tribuna de honra do desfile da vitória, em 1919.
O rei, apesar de deposto e exilado, teve sempre um elevado grau de patriotismo,o que o levou, em 1915, a declarar no seu testamento a intensão de legar os seus bens pessoais (os da Casa de Bragança), ao Estado Português, manifestando também a sua vontade de ser sepultado em Portugal.
Faleceu inesperadamente na sua residência, em 2 de julho de 1932, vítima de um edema da glote. O Governo Português, chefiado por Salazar, autorizou a sua sepultura em Lisboa, organizando funerais de estado. Os seus restos mortais chegaram a Portugal, em 2 de agosto, sendo sepultados no Panteão dos Braganças, no mosteiro de São Vicente de Fora em Lisboa.
Passou à história com o cognome de O Patriota (pela preocupação que os assuntos pátrios sempre lhe causaram), sendo também chamado de O Desventurado (em virtude da Revolução que lhe retirou a coroa), O Estudioso ou o Bibliófilo (devido ao seu amor pelos livros antigos e pela literatura portuguesa); os monárquicos de hoje, chamam-lhe O Rei-Saudade (pela saudade que lhes deixou, após a abolição da monarquia).
Depois da sua morte em 1932, a chefia da casa real portuguesa passou para D. Duarte Nuno de Bragança, seu primo, neto do rei D. Miguel I, uma vez que o falecido monarca tinha procurado aproximar os dois ramos desavindos da família, através do Pacto de Dover.
Após a sua morte, e dando cumprimento às suas disposições testamentárias, o governo português constituíu com os seus bens a Fundação da Casa de Bragança.

Fonte: causamonarquica.com

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

D. Afonso IV

Sétimo rei de Portugal.

Filho de D. Dinis a de D. Isabel.

Ainda infante lançou o reino na guerra civil devido a favores que D. Dinis concedia ao filho bastardo Afonso Sanches. Proclamado rei (1325), reúne cortes em Évora, condena o seu irmão ao desterro e à perda total dos seus haveres. Afonso Sanches invade Portugal, tendo a paz sido alcançada devido, em parte, à mediação de D. Isabel.

Os maus tratos infligidos pelo rei de Castela, Afonso XI, a sua esposa D. Maria, filha de Afonso IV, e o facto de D. Constança, esposa de D. Pedro ter sido retida em Castela, levaram o monarca português a sustentar uma guerra contra o seu genro. A guerra durou quatro anos tendo terminado com a paz de Sevilha (10 de julho de 1339 ou 1340) graças à mediação da «fermosíssima Maria», enviada a Portugal por Afonso XI, quando os Mouros retomavam a ofensiva.

Os dois monarcas combateram então na batalha do Salado (30 de outubro de 1340), assinalando-se a valentia do rei português.

No final do reinado deu-se o assassinato de Inês de Castro (1355) e a subsequente rebelião de D. Pedro. Afonso IV impulsionou a marinha, datando possivelmente do seu reinado as primeiras viagens às Canárias (1345).



Ficha genealógica:

D. Afonso IV, nasceu em Lisboa a 8 de fevereiro de 1291; morreu na mesma cidade a 8 de maio de 1357. Casou a 12 de setembro de 1309 com D. Brites ou Beatriz, que nasceu em Toro em 1293 e morreu em Lisboa a 25 de outubro de 1359, filha de Sancho IV e D. Maria Molina, reis de Castela. Tiveram a seguinte descendência:

1. D. Maria, nasceu em 1313, e casou em 1328 com D. Afonso XI, rei de Castela; morreu em Évora em 1357, estando sepultada na Capela dos Reis da Catedral de Sevilha;

2. D. Afonso, nasceu em Penela, em 1315, e morreu de tenra idade, sendo sepultado no Mosteiro de S. Domingos de Santarém;

3. D. Dinis, nasceu em Santarém em 1317; morreu no ano seguinte, ficando sepultado no Mosteiro de Alcobaça;

4. D. Pedro, que herdou a coroa;

5. D. Isabel, nasceu em 21 de dezembro de 1324, morreu em 11 de julho de 1326, ficando sepultada no Mosteiro de Santa Clara de Coimbra;

6. D. João, nasceu em 23 de setembro de 1326, e morreu em 21 de junho de 1327, ficando sepultado no Mosteiro de Odivelas;

7. D. Leonor, nasceu em 1328, foi rainha de Aragão pelo seu casamento, em 1347, com Pedro IV, o Cerimonioso, morreu em Exerica em 1348.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Comunidades recoletoras

Efemérides de setembro

§ A 2 de setembro de 1964, morre, em Lisboa, Francisco Higino Craveiro Lopes, presidente da República Portuguesa, de 1951a 1958. Embora tivesse sido eleito com o apoio de Salazar, constituiu um enorme estorvo para este. O Estado Novo pretendia que o Presidente da República fosse uma mera figura decorativa, sem qualquer papel ativo, pelo que os seus discursos passaram a ser revistos e modificados, os seus projetos recusados ou protelados e as convocações que fazia ao Governo completamente ignoradas. A oposição começou a ver nele uma esperança de mudança política. No fim do seu mandato, é afastado por Salazar da cena política, tendo a União Nacional apoiado Américo Tomás.

§ A 3 de setembro de 1758, ocorre um atentado contra D. José I, rei de Portugal. Os Távoras são acusados de envolvimento na conjura.

§ A 4 de setembro de 1479, é assinado, em Alcáçovas, entre Afonso V de Portugal e os Reis Católicos Isabel de Castela e Fernando de Aragão, um tratado pondo fim à Guerra de sucessão de Castela (1479-1480). O Tratado continha, também, cláusulas sobre o domínio do Oceano Atlântico por ambos os países.

  § A 8 de setembro de 1819, nasce, em Lisboa, António Maria de Fontes Pereira de Melo, ministro das Obras Públicas no primeiro governo da Regeneração. No campo rodoviário, impulsionou a construção de inúmeras estradas e, no campo ferroviário, a ele se deve a construção do troço entre Lisboa e o Carregado e o início das obras nas linhas de Vendas Novas e de Sintra. A este estadista deve-se, igualmente, a inauguração de carreiras regulares de barco a vapor, a primeira linha telegráfica montada em Portugal e a modernização dos serviços postais.

 § A 12 de setembro de 1683, morre D. Afonso VI, segundo rei da 4.ª dinastia. Sucedeu a seu pai, João IV, em 1656. A sua mãe, D. Luísa de Gusmão, exerceu a regência até 1662, durante a sua menoridade. Foi cognominado O Vitorioso por, no decorrer do seu reinado, Portugal haver vencido a Espanha em inúmeras batalhas travadas durante a Guerra da Restauração.

§ A 16 de setembro de 1837, nasce D. Pedro V, cognominado O Esperançoso, O Bem-Amado ou O Muito Amado. Foi Rei de Portugal de 1853 a 1861. Era o filho mais velho da Rainha D.Maria II e do rei consorte D.Fernando II.

§ A 18 de setembro de 1987, faleceu, em Cascais, Américo de Deus Rodrigues Tomás. Apoiado pelo Estado Novo, foi presidente da República Portuguesa de 1958 a 1974.

§ A 20 de setembro de 1276, o médico, professor e matemático português Pedro Julião, também conhecido por Pedro Hispano, é coroado papa, tomando o nome de João XXI.

§ A 24 de setembro de 1834, morre, em Queluz, Dom Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon, que viria a ser o primeiro Imperador do Brasil, como D. Pedro I e, ainda, o 28º Rei de Portugal, como D. Pedro IV.

§ A 27 de setembro de 1968, Marcelo Caetano é nomeado Chefe do Governo português pelo Presidente da República Américo Tomás. Manter-se-ia nesse cargo até à tarde de 25 de Abril de 1974.

§ A 30 de setembro de 1974, após a tentativa falhada de golpe da apelidada maioria silenciosa, ocorrida a 28 de setembro de 1974, António Spínola que, desde 15 de maio de 1974, ocupava a Presidência da República Portuguesa, renuncia ao cargo e é substituído pelo General Costa Gomes.

§ A 30 de setembro de 1974, devido à demissão do general Spínola, Francisco Costa Gomes assume a Presidência da República, por indicação da Junta de Salvação Nacional.

Recolha feita em www.leme.pt

Para começar

O blogue HGP-AMARES nasceu no seio de uma reunião de professores de história e geografia de portugal, com o intuito de promover a disciplina e divulgar, junto de todos que consultarem este blogue, diferentes temáticas relacionadas com a história deste nosso país e da região de Amares. Procuraremos manter o blogue atualizado e contamos com o contributo de todos que o queiram dar, mas especialmente dos nossos alunos, pois foi, principalmente, a pensar neles, que o blogue foi criado.