quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Nobreza, clero e povo

A população portuguesa do século XIII era constituída por três grupos sociais:

Todos os grupos sociais, sem excepção, deviam ao rei: fidelidade, obediência e auxílio.


nobreza, clero e povo.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Ultimato inglês


O Ultimato consistiu num telegrama enviado ao governo português pelas autoridades inglesas, a 11 de janeiro de 1890. A missiva exigia a retirada imediata das forças militares portuguesas mobilizadas nos territórios entre Angola e Moçambique. Esses territórios correspondem aos atuais Zimbabwe e Malawi. Caso a exigência não fosse acarretada por Portugal, a Inglaterra avançaria com uma intervenção militar.Na segunda metade do século XIX, a Europa conheceu um elevado crescimento económico. Esta situação exigiria novos mercados e novas fontes de matéria-prima. Daí o forte expansionismo europeu em África durante este período. A Conferência de Berlim (1884-85) criara um novo ordenamento jurídico baseado na ocupação efetiva; ou seja, as pretensões portuguesas baseadas no direito histórico só se tornariam válidas se Portugal se apoiasse numa autoridade que fizesse respeitar os direitos adquiridos e a liberdade de comércio e trânsito.Para Portugal, as colónias africanas tinham, sob o ponto de vista económico, um papel quase irrelevante. Porém, convinha salvaguardar os direitos históricos de Portugal. Portugal tinha pretensões a criar um novo Brasil, um autêntico império colonial africano, e esta era a sua última oportunidade para o conseguir. Multiplicam-se então as expedições científicas ao continente africano e redobram-se os esforços diplomáticos.Assim, em 1886, Portugal dá a conhecer as suas pretensões coloniais sob a forma do "Mapa cor-de-rosa"; tratava-se de um projeto de ligação da costa angolana à costa moçambicana. O governo português dá início a várias tentativas de ocupação efetiva, numa disputa colonial com a Inglaterra, nomeadamente com o plano de Cecil Rhodes, que pretendia ligar o Cabo ao Cairo, sempre por solo britânico.A uma dessas tentativas a Inglaterra responde com o Ultimato. A notícia do mesmo e o posterior acatamento por parte das autoridades portuguesas provocariam em todo o reino uma gigantesca onda de indignação popular. Este sentimento é habilmente explorado pelas hostes republicanas; prova disso é a tentativa de derrube da monarquia e instauração da república um ano depois, no Porto, na revolta de 31 de janeiro de 1891.Em termos estritamente coloniais, o ultimato não teve consequências muito negativas, pois, se é um facto que Portugal foi obrigado a desistir do "Mapa cor-de-rosa", não é menos verdade que o tratado assinado em 1891 confere a Portugal a soberania sobre extensos territórios, alguns dos quais até então nunca haviam sido reivindicados.

Fonte: http://www.infopedia.pt/$ultimato-ingles

Mapa cor-de-rosa


Nome dado ao projeto português para unir Angola a Moçambique, apresentado no Congresso de Berlim de 1884 e que provocou forte reação da Inglaterra. Na segunda metade do século XIX, a Europa conheceu um elevado crescimento económico que se traduziu num forte desenvolvimento da indústria com um consequente aumento vertiginoso da produção. Esta situação exigiu não só a exploração de novos mercados para escoamento dessa produção, como novas fontes de matéria-prima para alimentar a indústria. Daí o crescente interesse por parte das grandes potências europeias pelo continente africano neste período.
Assim, os projetos para conhecer as regiões africanas intensificaram-se a partir do fim do século XIX. De 1850 a 1880 fizeram-se grandes viagens de exploração ao continente negro, como foram os casos, entre outros, de Stanley, de Livingstone e de Brazza. As viagens intensificaram-se ainda a partir da Conferência de Berlim (1884-85). Porém, nesta altura, a concorrência era já grande por parte dos alemães, dos ingleses e dos bóeres. Esta corrida das potências europeias às colónias africanas viria a originar conflitos mais ou menos graves.
Alertados para essa política, que, aos olhos de Portugal, era abusiva e lesiva dos nossos direitos históricos em África, surge na mente de alguns políticos - Luciano Cordeiro, Pinheiro Chagas, Barros Gomes, entre outros - a ideia de formar um vasto território na África Central, a partir do litoral que dominávamos; ou seja, ligando os litorais de Angola e Moçambique. Este ambicioso plano aparece já numa convenção luso-francesa de 1886 e figura a cor-de-rosa, daí advindo o nome para a questão. No entanto, este nosso plano chocava frontalmente com os planos de expansionismo inglês para esta área, sobretudo com as iniciativas de Cecil Rhodes, cujo plano pretendia ligar o Cabo ao Cairo, sempre por solo britânico, ao mesmo tempo que punha em jogo o critério, formulado em Berlim, de que só a ocupação efetiva seria prova do domínio colonial. Por isso, o Governo apressou-se a organizar expedições de vária ordem aos territórios em litígio, enquanto se desenvolviam esforços para a obtenção de apoios no plano diplomático. Pensou-se que um desses pontos de apoio fosse a Alemanha, visto também ter disputas coloniais com a Inglaterra. Porém, não só não conseguimos o apoio da Alemanha, como não conseguimos provar a nossa procedência na ocupação dos territórios em causa.
De resto, esta disputa colonial com a Inglaterra acabaria por culminar no humilhante Ultimato feito a Portugal, em janeiro de 1890.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Conde D. Henrique


Henrique (D.).   
n. 1057
f. 1114

Conde de Borgonha, o Bom, fundador da monarquia portuguesa, por ter sido pai de D. Afonso Henriques, 1.º rei de Portugal. N. em Dijon em 1057, data que se considera mais provável, e fal. em Astorga em 1114. Era o 4.º filho do duque Henrique de Borgonha e de sua mulher, Sibila, neto de Roberto I, duque de Borgonha-Baixa, e bisneto de Roberto, rei de França. 
Quando em 1086 as notícias da guerra contra os muçulmanos chamaram a alistar-se debaixo das bandeiras de D. Afonso VI, rei de Leão e de Castela, os príncipes dalém dos Pirinéus, o príncipe Henrique veio para Espanha na companhia de seu primo Raimundo de Borgonha, filho do conde Guilherme de Borgonha, irmão de sua mãe. Os dois príncipes granjearam grande reputação pelo seu valor nas guerras em que entraram, e em prémio dos serviços prestados, D. Afonso VI casou sua filha D. Urraca com Raimundo, e D. Teresa ou Tareja, filha bastarda, com D. Henrique. Em 1093 D. Afonso atravessou o rio Mondego, tomou Santarém, Lisboa e Sintra, dilatando assim o domínio cristão até ao rio Tejo. Como o ocidente da península hispânica formava um domínio já bastante extenso para que os seus chefes pudessem lembrar-se em se tornarem independentes, pensou em delegar o seu poder para esses lados num homem de confiança. Fez pois de Raimundo conde soberano de Galiza, e de Henrique governador do condado de Portucale, sob a suserania de Raimundo. O território entre o Minho e o Tejo compreendia então três territórios o condado de Portucale, que ia do Minho ao Douro; o de Coimbra, do Douro ao Mondego; e o novamente conquistado aos sarracenos, do Mondego ao Tejo, de que D. Afonso fizera governador Soeiro Mendes, com a sede do governo em Santarém. Este território foi retomado pelos moiros logo em 1095. e parece que este desastre contribuiu para que D. Afonso VI libertasse o conde D. Henrique da suserania de seu primo Raimundo, porque em 1097 já governava independentemente o seu condado, e em 1101 encontrava-se na corte do rei de Leão e de Castela. Estavam, portanto, sossegadas as fronteiras de Portugal, e os muçulmanos, concentrando todos os seus esforços no oriente da península e nas fronteiras de Castela, contentavam-se no ocidente só com a posse de Lisboa e de Sintra, que por esse lado limitavam o seu império já tão disseminado. Vendo a Espanha quase tranquila, procurou o conde D. Henrique outro campo em que pudesse empregar a sua irrequieta actividade. Seduziu-o, como a tantos outros príncipes, o movimento das cruzadas. Entre os anos de 1102 e 1104 continuas expedições demandavam a Terra Santa, e D. Henrique, nos primeiros meses de 1103 partiu para o Oriente, donde voltou em 1105, sem que a historia faça menção dos feitos que praticou, o que se explica por ele ter partido mais como simples voluntário, do que como chefe dalgum poderoso contingente. Desde essa época envolveu-se nas intrigas que tinham por fim ampliar o território que dominava. e conseguir tornar-se independente. Continuando a guerrear os moiros, conquistou-lhe mais terras, vencendo o régulo Hecha e o poderoso rei de Marrocos Hali Aben Joseph. Excelente guerreiro, sábio e prudente administrador, aumentou consideravelmente as terras do seu condado, merecendo o cognome de Bom, que a historia lhe deu. D. Afonso VI não tinha filho varão legítimo, por conseguinte Raimundo, marido de D. Urraca, esperava receber a herança, mas o monarca mostrava-se tão afeiçoado a seu filho natural D. Sancho que se receava que lhe deixasse a coroa em testamento. Prevendo este caso, e dispondo-se a anular o testamento pela força, pediu a aliança de seu primo, e fez com ele um pacto em 1107, pelo qual o conde D. Henrique se comprometia a auxiliá-lo nas suas pretensões à, coroa, recebendo em troca ou o distrito de Galiza ou o de Toledo, e a terça parte do tesouro. Raimundo, porém. morreu em Outubro desse mesmo ano, D. Sancho pouco tempo depois, e D. Afonso em 1109, ficando D. Urraca legitima herdeira. Diz-se que D. Henrique, vendo o sogro já moribundo, procurou persuadi-lo a que lhe legasse o ceptro, porque não convinha que passasse para as mãos de D. Urraca, apesar da legitimidade da herança, ou para as de D. Afonso, filho do conde Raimundo, criança de três anos. Nada conseguiu, mas os barões castelhanos obrigaram D. Urraca a um segundo casamento, com D. Afonso, rei de Aragão e Navarra, casamento que o papa anulou alegando serem os noivos parentes em grau proibitivo. D. Afonso não se importou com a deliberação do papa, porém D. Urraca, que casara contra vontade, tomou o partido contrário ao do marido, que pretendia despojá-la dos seus estados. Estabeleceu-se a guerra civil, e D. Henrique tomou a defesa da cunhada. Indo depois a Astorga, ali adoeceu e morreu. O seu corpo foi trasladado para Braga, e sepultado numa capela da sé. Em 1512 o arcebispo. D. Diogo de Sousa o transportou para a capela-mor da mesma igreja, onde se tem conservado. Por morte de seu marido, ficou D. Teresa governando o condado de Portucale na menoridade de seu filho D. Afonso Henriques, que apenas contava três anos de idade.
 



sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

A 1ª República

A Primeira República Portuguesa (também referida como República parlamentar) e cujo nome oficial era República Democrática Portuguesa, foi o sistema político que sucedeu ao Governo Provisório de Teófilo Braga, de 1910 a 1926. Instável devido a divergências internas entre os mesmos republicanos que originaram a revolução de 5 de outubro de 1910, neste período de 16 anos houve sete Parlamentos, oito Presidentes da República e 45 governos. Pródiga em convulsões sociais e crimes públicos e políticos (muitos deles "encobertos"pela maçonaria da época, e pela carbonária.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Efemérides de janeiro

A 1 de janeiro de 1669, através do Dilectum Filium, o papa Inocêncio XII reconhece a restauração da independência de Portugal.

                                 
A 3 de janeiro de 1960, Álvaro Cunhal e outros militantes do PCP evadem-se do Forte de Peniche, uma das prisões de mais alta segurança do Estado Novo.


Com base nos resultados das eleições de 2 de dezembro de 1979, toma posse, a 3 de janeiro de 1980, o VI Governo Constitucional, constituído pela coligação eleitoral formada pelo Partido Social-Democrata, o Centro Democrático Social e o Partido Popular Monárquico.


A 5 de janeiro de 1891, é inaugurado, no Porto, o primeiro congresso do Partido Republicano Português, o qual terminaria dois dias depois, com a aprovação do programa do partido. Aquando da implantação da República, em 5 de outubro de 1910, deixou de se utilizar a bandeira azul e branca da Monarquia e passou a usar-se a actual, verde e vermelha, cores associadas ao Partido Republicano Português


A 9 de janeiro de 1911, um decreto reconhece a todo o assalariado o direito a gozar, como regra ao domingo, um descanso semanal de vinte e quatro horas seguidas.


A 11 de janeiro de 1890, o governo britânico entrega a Portugal um memorando exigindo a retirada das forças militares existentes no território compreendido entre Moçambique e Angola. Esta zona era reclamada por Portugal, que a havia incluído no célebre Mapa cor-de-rosa.


A 13 de janeiro de 1759, a família Távora e José de Mascarenha, Duque de Aveiro, são executados por alegadamente terem participado numa tentativa de regicídio sobre D. José I de Portugal.


A 13 de janeiro de 1991, Mário Soares é reeleito presidente da República Portuguesa, com cerca de 70% dos votos.


A 14 de janeiro de 1996, Jorge Sampaio é eleito presidente da República Portuguesa.

A 14 de janeiro de 2001, Jorge Sampaio é reeleito presidente da República Portuguesa.

A 18 de janeiro de 1367, faleceu, em Estremoz, o rei de Portugal D. Pedro I. Era filho do rei Afonso IV e de sua mulher, D. Beatriz de Castela.


Fugindo às invasões napoleónicas, a família real portuguesa, acompanhada da respectiva corte, chega ao Brasil a 21 de janeiro de 1808.

Efemérides de dezembro

A morte de D. Sebastião, em Alcácer Quibir, sem deixar descendência e outros motivos de natureza vária que não cabem neste pequeno resumo, concorreram para a perda da Independência de Portugal. Sem um sucessor direto, a coroa passou para Filipe II de Espanha. Este, aquando da tomada de posse, nas cortes de Leiria, em 1580, prometeu zelar pelos interesses do País, respeitando as leis, os usos e os costumes nacionais. Com o passar do tempo, essas promessas foram sendo desrespeitadas, os cidadãos nacionais foram perdendo privilégios e passaram a uma situação de subalternidade em relação a Espanha. Esta situação leva a que se organize um movimento conspirador para a recuperação da independência, onde estão presentes elementos do clero e da nobreza. A 1 de dezembro de 1640, um grupo de 40 fidalgos introduz-se no Paço da Ribeira, onde reside a Duquesa de Mântua, representante da coroa espanhola, mata o seu secretário Miguel de Vasconcelos e vem à janela proclamar D. João, Duque de Bragança, rei de Portugal. Termina, assim, 60 anos de domínio espanhol sobre Portugal. A revolução de Lisboa foi recebida com júbilo em todo o País. Restava, agora, defender as fronteiras de Portugal de uma provável retaliação espanhola. Para o efeito, foram mandados alistar todos os homens dos 16 aos 60 anos e fundidas novas peças de artilharia.

O príncipe regente D. Pedro vinha desenvolvendo uma luta com as Cortes portuguesas no sentido de autonomizar o Brasil. Em maio de 1822, essa luta agudiza-se: D. Pedro determina que qualquer decreto das Cortes só poderia ser executado se ele próprio exarasse um “Cumpra-se”. Isto equivalia, na prática, a conferir ao Brasil uma soberania plena. A 13 de maio, o Senado do Rio de Janeiro concede ao príncipe regente o título de Defensor Perpétuo do Brasil. As Cortes exigem o seu regresso imediato a Portugal e ameaçam enviar tropas para o Brasil. D. Pedro recebe estas exigências das Cortes a 7 de setembro de 1822, quando se encontrava perto do Riacho de Ipiranga. De imediato, proclama a independência do Brasil, sendo aclamado imperador a 12 de outubro e coroado a 1 de dezembro.

Carlos Magno teve de se deslocar a Roma para ser coroado Imperador. Napoleão, considerando-se muito mais poderoso que aquela figura da antiguidade, obrigou o Papa Pio VII a deslocar-se a Paris, a fim de o coroar imperador dos franceses, acto que ocorreu na Notre-Dame, a 2 de dezembro de 1804.

A 2 de dezembro de 1825, nasce, no Rio de Janeiro, Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Rafael Gabriel Gonzaga, que viria a ser o segundo e último imperador do Brasil. Sucedeu a seu pai, Pedro I, que abdicou em seu favor no dia 7 de abril de 1831, quando este apenas tinha 5 anos de idade.

A 5 de dezembro de 1891, morre, exilado em Paris, Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Rafael Gabriel Gonzaga, que fora o segundo e último imperador do Brasil. Havia sucedido a seu pai, Pedro I, que abdicou, em seu favor, no dia 7 de abril de 1831, quando este apenas tinha 5 anos de idade.



A 6 de dezembro de 1185, morre, em Coimbra, D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal.


A 13 de dezembro de 1521, morre, em Lisboa, D. Manuel I, 14º rei de Portugal. Sucedeu a D. João II, seu primo direito. Era filho de D. Fernando, duque de Viseu, e de D. Beatriz. No seu reinado foi descoberto o Brasil e o caminho marítimo para a Índia.


A 17 de dezembro de 1734, nasce, em Lisboa, a infanta Maria Francisca Isabel Josefa Antónia Gertrudes Rita Joana, que seria Rainha de Portugal de 24 de março de 1777 a 20 de março de 1816.


A 22 de dezembro de 1834, durante o reinado de D. Maria II, é aprovada a Lei da Liberdade de Imprensa em Portugal.

A 24 de dezembro de 1524, faleceu, em Cochim, na Índia, o navegador português Vasco da Gama.